Por Francisco José
Corrêa de Araújo (UFPA)
Robson Borges
Rua (UFF)
A
Pastoral de DST/AIDS é um serviço oriundo da Pastoral da Saúde. Desde 2002 foi
institucionalizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para
atender a necessidade de fortalecer a luta contra a epidemia da aids na parceria
e diálogo entre Igreja Católica, Organização Sociedade Civil (OSC) e Governo.
Trata-se de uma proposta desafiadora que encontra diversas resistências, a
começar pela compreensão de seu nome.
Muitas
pessoas questionam por qual motivo a CNBB aceitou a nomenclatura “Pastoral de
DST/AIDS”e não “Pastoral do Aidético”? Ou qualquer outro nome que enfatizasse a
pessoa humana, a exemplo da Pastoral da Pessoa Idosa; do Menor; da Criança; da
Família; etc. Ou ainda, por que uma Pastoral leva o nome de uma doença?
Para
tentar responder estes questionamentos, podemos recorrer a elementos linguísticos,
históricos e pastorais.
No
que diz respeito à formação de palavras, a gramática da língua portuguesa
explica que o termo “aidético” é o resultado derivacional da palavra aids com o
sufixo –ico, ou seja, aidético é aquele que tem sentido relacional com a aids,
resultando na formação adjetivada do substantivo. Assim como em: diabético,
aromático, rústico. Estabelecendo de igual modo, um significado antônimo àquele
que não possui relação com a aids. E ainda, aidético é um hipônimo com relação
à realidade da epidemia da aids, que ocupa um significado hiperônimo. Assim,
aidético é uma expressão que pertence ao campo semântico da aids e não ao
contrário..
Outro
aspecto que podemos recorrer é o histórico da luta contra aids. Desde a
descoberta dessa patologia na década de 80, as OSC se mobilizaram no combate desta
epidemia e com o passar dos anos, pronunciaram-se contra a terminologia “Pessoa
Aidética”, possivelmente porque uma parte deste grupo acredita que este termo é
preconceituoso e acentua a discriminação. Outra parte, afirma que a
nomenclatura é impessoal e esdrúxula. Igualmente, entendia-se que a pessoa
infectada pelo vírus sem quadro de adoecimento e sem o “Tratamento
Antirretroviral” (TARV) era diferente daquelas que já apresentavam um quadro
clínico de adoecimento e uso de TARV. Por isso, as OSC e Governo acordaram que
o termo aidético seria substituído por Pessoa Vivendo com HIV/AIDS (PVHA),
proporcionando uma ênfase à
vida da pessoa. Porém, uma realidade não proscreve a outra, pois infelizmente
muitas pessoas ainda adoecem e morrem deste mal.
Sobre
os elementos Pastorais, pode-se dizer que a Igreja pretende oferecer serviços
específicos para atender às necessidades de um determinado grupo do imenso rebanho.
Deste modo, ela considera a realidade de tal grupo, conhece os males que os
afligem, ouvi atentamente suas considerações e fala-lhe de modo que reconheçam
a voz do Pastor. Assim, a Pastoral de DST/AIDS possui uma identidade diferenciada de prevenção, formação, acolhida e incidência
política para atender a esta parte peculiar do rebanho, que são: pessoas
soropositivas, seus familiares e amigos, profissionais de saúde que atuam nesta
área. E de modo mais amplo, atende a sociedade em geral para evitar que mais
pessoas se infectem com as DST/HIV/ Hepatites Virais, pois todos somos
vulneráveis. Percebe-se que este rebanho não é composto somente de pessoas que
vivem com aids, mas também de outros agentes que identificamos como pessoas que
convivem com a aids. Com isso, denominar este serviço como Pastoral do Aidético
(como eram chamadas - a contra gosto - as pessoas que vivem com aids) talvez
simplificaria em demasia este desafiante campo de atuação. De igual modo,
Pastoral Carcerária; Sobriedade; Mulher Marginalizada; entre outras pastorais da
comissão da Caridade, Justiça e Paz podem ser compreendida no mesmo viés social.
Por
fim, a Pastoral de DST/AIDS é um hiperônimo que testemunha a Caridade, profetiza
com luminescência sobre a existência desta doença que ameaça a vida e acolhe os
agentes hipônimos envolvidos neste desafiante serviço pela edificação do Reino.
Ola boa tarde. Gostaria de saber se a pastoral realizada voluntários para rwalizarem palestras para o publico de jovens q praticam esportes?
ResponderExcluirBoa tarde! A Pastoral realiza palestras sim. Envie um email para maiores informações: pastaidsbelem@gmail.com
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